Cura do Câncer ?
- gabrielcazeta
- 5 de dez. de 2015
- 2 min de leitura

Empresas querem testar em pessoas droga da USP para câncer, diz cientista
-Faltam pesquisas em humanos para atestar que a fosfoetalonamina sintética, produzida pelo IQSC (Instituto de Química de São Carlos) da USP (Universidade de São Paulo), tem efeito real contra o câncer. Mas não faltam empresas dispostas a comprar a patente da droga e estudá-la, com promessas de lucros bilionários.
Empresas dos Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Dubai já teriam oferecido pagamentos vultosos pela patente e prometeram arrecadação de bilhões após confirmada a eficácia da substância. Países vizinhos como a Argentina, o Uruguai e Paraguai também teriam demonstrado interesse em produzir o composto com menos burocracia, conta o professor Marcos Vinícius de Almeida, um dos pesquisadores e detentores da patente da substância produzida em São Carlos (232 km de São Paulo).
Mas Almeida afirma que o grupo se recusa a vender a patente para esses grupos porque firmou em contrato o objetivo de doá-la se for comprovado que sua fórmula pode curar doenças, entre as quais o câncer. Por isso, a parceria com um órgão público é mais animadora para o grupo.
Ele conta que depois da repercussão sobre a droga, seu grupo de pesquisa foi procurado pelo Lafergs (Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul), pertencente à Fepps (Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) do Rio Grande do Sul, que ofereceu auxílio nos testes clínicos (com pessoas). De acordo com o pesquisador, seu grupo está reunindo os documentos necessários para abrir a parceria. Questionada pelo UOL sobre o convênio, a Fepps não se pronunciou.
"A única coisa que eu quero é deixar claro que se for verdadeiro, falso, se funciona ou não, que seja concluída a pesquisa até a fase final, de forma auditada e imparcial. Se não for, tudo bem, a gente vende esse produto como reagente de laboratório. Se for, a gente dá uma opção para as pessoas", diz Almeida.
O pesquisador conta que não ofereceria o composto desenvolvido por ele para parentes por não acreditar na cura. "Nunca forneci o composto para parente meu e eu tenho alguns que estão em quimioterapia. Eu sou cético probabilístico, para mim o que vale é a palavra final da Ciência. Não estou dizendo que não funciona, estou vendo as evidências. Porém, não imponho nada que pudesse colocar alguém em uma situação de risco. Se eu dou para um parente, não estou fazendo o correto", diz.
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